Na semana passada houve um caso importante para o futebol
brasileiro. E não envolveu nenhum craque de nome nem salários exorbitantes que
insistem em rondar o futebol mundial. O caso aconteceu na Série D do Campeonato
Brasileiro, a popular quarta divisão, e envolveu os clubes Tupi-MG,
Aparecidense-GO e o massagista do clube goiano, Romildo Fonseca
da Silva. Já no final da partida entre Tupi e Aparecidense, o massagista
resolve evitar o gol que daria a classificação ao time mineiro. Pode parecer um
lance inusitado, cômico ou coisa do tipo, como o Esporte Espetacular quis mostrar, mas não é.
O susto no momento foi grande, acredito que até para a
equipe beneficiada, mas o que poderia ser feito naquele momento para se
corrigir a injustiça e falta de fair play? Pelo árbitro da partida, nada. Ele
não poderia dizer que foi gol, porque de fato não foi. O que poderia ser feito
teria que partir dos próprios jogadores da Aparecidense, como um gol contra,
que “consertaria” o placar de jogo, pelo menos. Mas isso seria demais né? Nem
tanto. Na Holanda, o Ajax, principal time de lá, já fez um gol contra para
corrigir um gol sem querer, após um lance de fair play. Mas lá não é aqui e
nada foi feito dentro de campo.
As declarações dos jogadores, do técnico e do
massagista da Aparecidense foram incríveis: “Nós merecemos o resultado”, “o
resultado foi justo” e “faria tudo de novo”. Tais declarações poderiam abrir um
precedente bastante maléfico ao futebol, como esporte. Não poderíamos esperar a
justiça divina ou qualquer coisa do gênero. Então o Supremo Tribunal de Justiça
Desportiva (STJD) resolveu julgar esse caso na última segunda-feira, 16. E a
punição não poderia ser outra que não fosse a exclusão da Aparecidense da Série
D. Qualquer multa, suspensão ou banimento do massagista seria muito pouco com
relação ao esporte. O clube goiano sequer se defendeu no tribunal.
O futebol já viveu alguns casos de interferência
externa, mesmo que não comprovada. Era juiz demorando a validar ou invalidar um
gol, que ficamos com suspeita de que ele esperara o replay da TV. Sem falar nos
gandulas que somem com as bolas ou exageram na rapidez da reposição. Muita
coisa faz parte hoje do futebol, mas nada seria tão prejudicial quanto a
absolvição desse massagista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário